A guitarrada, ritmo musical criado em Barcarena, na Região Metropolitana de Belém, foi reconhecida nesta sexta-feira (29) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como manifestação da cultura nacional. O gênero, que tem na guitarra elétrica seu instrumento central, nasceu nos anos 1970 pelas mãos do Mestre Vieira, considerado o criador do estilo.
Vieira misturou influências da lambada, cúmbia, merengue, jovem guarda e ritmos caribenhos, criando uma sonoridade original que mais tarde ficou conhecida como guitarrada ou “lambada instrumental”. O marco inicial do gênero foi o disco “Lambadas das Quebradas”, lançado em 1978, no qual apresentou composições instrumentais que destacavam a guitarra em ritmos amazônicos. A partir daí, nomes como os mestres Curica e Aldo Sena ajudaram a consolidar o estilo, que mais tarde alcançou projeção nacional com o álbum “Mestres da Guitarrada” (2003), idealizado por Pio Lobato e lançado pela Funtelpa.
O reconhecimento valoriza uma das expressões culturais mais populares do Pará. Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, a decisão fortalece a identidade amazônica:
“A guitarrada carrega a alma do povo paraense e agora ganha o devido reconhecimento como patrimônio da cultura brasileira. É motivo de orgulho para o nosso estado e reforça o papel da Amazônia como berço de tradições únicas que encantam o Brasil e o mundo”, disse.
Além de Mestre Vieira, são pioneiros e grandes representantes da chamada “primeira geração da lambada” (1970 a 1990) músicos como Mário Gonçalves, Solano, João Gonçalves, Oséas, Magalhães, André Amazonas, Barata, Didi e Marinho, conhecido como “guitarra de ouro”.






























