Barcarena vive um momento decisivo em relação ao destino dos seus resíduos sólidos. O município busca substituir o atual lixão, ainda em operação a céu aberto, por um aterro sanitário regularizado — uma medida necessária para cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e o Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020), que determinam o encerramento definitivo dos lixões em todo o país.
A cidade avança nesse processo com base em um estudo técnico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que avaliou seis possíveis áreas e apontou uma como mais apropriada para a instalação do novo aterro. O levantamento considera critérios geológicos, ambientais, sociais e econômicos, e se torna peça fundamental para dar segurança técnica e jurídica às próximas decisões.
No entanto, o caminho não é simples. A definição da área definitiva ainda não ocorreu, e o tema vem mobilizando vereadores e a população. Em sessões recentes da Câmara Municipal de Barcarena, surgiram preocupações legítimas sobre impactos ambientais, segurança sanitária e transparência nas etapas do projeto. Moradores da Comunidade São Sebastião também se manifestaram, pedindo que a comunidade seja ouvida antes de qualquer decisão final — uma postura que demonstra maturidade cívica e engajamento social.
O presidente da Câmara, Júnior Ogawa, foi categórico ao afirmar que Barcarena não deve receber resíduos de outros municípios da Região Metropolitana de Belém, reforçando o princípio de que cada cidade precisa assumir a responsabilidade pelo destino do seu próprio lixo.
A Prefeitura, por sua vez, assegura que todo o processo será pautado em critérios técnicos, com realização de consulta pública para ouvir a população. Essa abertura ao diálogo é um passo importante, já que o êxito de uma política ambiental depende não apenas da engenharia, mas também da confiança pública e da comunicação transparente.



















