Um dos maiores resíduos da cadeia produtiva do açaí está ganhando um novo destino em Barcarena, no Pará. Os caroços do fruto, que antes eram descartados de forma irregular em rios, áreas de preservação e até em aterros clandestinos, agora são transformados em biomassa para geração de energia renovável.
A iniciativa é da Artemyn, em parceria com a ComBio, principal fornecedora brasileira de energia térmica renovável para a indústria. Desde o início do projeto, já foram reutilizadas mais de 153 mil toneladas de sementes de açaí, o que evitou a emissão de cerca de 265 mil toneladas de CO₂ equivalente no meio ambiente.
Com o modelo de economia circular, a prática também movimenta a economia local, gerando renda para catadores, transportadores e pequenos negócios que atuam na coleta e logística do material. Hoje, a biomassa do caroço de açaí já substitui 40% da matriz térmica da Artemyn em Barcarena, o que representa cerca de 1.000 toneladas por mês, reduzindo custos e a dependência de combustíveis fósseis.
“Desde 2015, a parceria com a ComBio transformou um problema ambiental em uma oportunidade para a empresa ter uma fonte de energia mais limpa, ao mesmo tempo em que gera renda para a comunidade. A solução, em conjunto com nossas iniciativas para melhorar nossa eficiência térmica, demonstra, com ações, o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a transição energética na região amazônica”, destaca Maurício Rojas, Gerente de Energia da Artemyn.
A coleta dos resíduos ocorre diretamente em pontos de venda e locais de polpação do açaí, sendo transportados por caminhões munck até os centros de beneficiamento. O processo, além de dar destino sustentável ao resíduo, contribui para enfrentar um dos principais problemas ambientais da região.