Barcarena (PA) — A história da indústria do alumínio no Pará chega a um marco simbólico em 2025. A Alunorte, maior refinaria de alumina do mundo em planta única, completa 30 anos neste mês de outubro. Poucos dias antes, sua parceira e vizinha, a Albras, maior produtora de alumínio primário do Brasil, comemora 40 anos de operação. Juntas, as empresas se consolidaram como motores do desenvolvimento econômico e social de Barcarena e referências em sustentabilidade industrial no país.
Atuando lado a lado desde os anos 1990, Alunorte e Albras celebram suas datas (20 e 24 de outubro, respectivamente) com números que traduzem seu impacto. As duas companhias geram mais de 11,5 mil empregos diretos e indiretos, o equivalente a cerca de 9% da população barcarenense. O dinamismo da indústria se reflete também no salto econômico da cidade: o PIB de Barcarena passou de R$ 1,1 bilhão em 2002 para R$ 9,2 bilhões em 2021, segundo o IBGE, mantendo o município entre os cinco maiores do Pará.
“Os 40 anos da Albras representam um legado de pioneirismo e compromisso com o Pará. Somos parte da história de milhares de famílias e um motor para a economia local, com 31% de nossos empregados conosco há mais de uma década”, afirma Luiz Roberto Silva Júnior, CEO da Albras.
“Nossa sinergia com a Alunorte e com a comunidade de Barcarena é a força que nos permite produzir um alumínio de qualidade e gerar valor sustentável para todos”.
Para Michel Lisboa, CEO da Alunorte, o aniversário da refinaria é motivo de orgulho compartilhado com o município. “Celebrar 30 anos da Alunorte é celebrar uma jornada construída em parceria com Barcarena. Nosso crescimento acompanha o desenvolvimento da cidade, e seguimos investindo em inovações para um futuro mais sustentável e de baixo carbono”, diz.

Compromisso ambiental e energia limpa
O avanço industrial das duas empresas veio acompanhado de uma política rigorosa de responsabilidade socioambiental. A Hydro, que controla a Alunorte e detém 51% das ações da Albras (em joint venture com o consórcio japonês NAAC), tem metas ambiciosas: reduzir em 30% suas emissões até 2030 e alcançar emissões líquidas zero até 2050.
Entre as ações em andamento estão a substituição gradual de fontes fósseis por energia limpa e a diversificação da matriz energética. A Alunorte já passou a utilizar energia proveniente de parques solares no Rio Grande do Norte e em Minas Gerais, além de um complexo eólico na divisa entre Piauí e Pernambuco. A refinaria também avança na adoção de gás natural e caldeiras elétricas.
Com essas medidas, a Hydro afirma manter uma das menores taxas de emissão de CO₂ da indústria do alumínio mundial — cinco vezes menor que o índice de referência do International Aluminium Institute. O desempenho é auditado por terceira parte e certificado com o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
No Distrito Industrial de Barcarena, onde estão instaladas as plantas, o aumento da produção ocorreu em paralelo à recuperação ambiental. Desde a aquisição do terreno, em 1984, a área vegetada cresceu 180%, somando hoje 3.266 hectares de floresta conservada.
O compromisso com o entorno vai além da operação. Desde 2019, as empresas mantêm o Fundo Hydro, que já destinou R$ 60 milhões a mais de 50 projetos voltados à redução de desigualdades, geração de renda e desenvolvimento comunitário. O diálogo com as comunidades locais é permanente, segundo a empresa.
Além disso, desde 2016, o programa Voluntários em Ação engaja empregados da Albras e da Alunorte em iniciativas sociais e ambientais — de capacitação profissional à revitalização de espaços públicos.
Um retrato do desenvolvimento
A presença das indústrias transformou Barcarena. A cidade, que tinha cerca de 17 mil habitantes em 1970, ultrapassa hoje os 139 mil moradores, conforme estimativas do IBGE para 2025. O salto populacional reflete o avanço econômico e a atração de empregos qualificados trazidos pela cadeia do alumínio, um dos pilares da economia paraense.






























