Há momentos em que o mapa do mundo se dobra sobre nós. Hoje, Barcarena sente exatamente isso – uma presença global pulsando em seu território, enquanto a COP30 transforma Belém em vitrine planetária das discussões sobre o clima e o futuro do planeta.
Mas é aqui, no coração produtivo da Amazônia, que essa conversa se torna real. Enquanto chefes de Estado, delegações internacionais e especialistas em sustentabilidade se reúnem para traçar compromissos, Barcarena vive, na prática, o desafio de equilibrar indústria, natureza e gente.
Empresas como Hydro, Alubar, Carbon, New Fortress Energy, Águas de São Francisco (AEGEA), Hidrovias do Brasil e Governo Municipal compõem hoje um mosaico estratégico de investimentos, empregos e inovação. Elas são, de certo modo, laboratórios vivos do que o mundo tenta entender: como produzir e crescer com responsabilidade climática. E não é pouca coisa.
A presença dessas corporações na COP30 faz de Barcarena um epicentro de decisões que reverberam muito além do Pará, colocando o município como referência para o Brasil e, quem sabe, para outros territórios amazônicos.
Tive a honra de ser convidado para um importante evento da AEGEA – Águas de São Francisco – Barcarena, assim como para outro promovido pela Hidrovias do Brasil durante a COP30. Certamente será possível ampliar a percepção de o quanto nossa cidade está inserida em um debate que ultrapassa a fronteira local: a busca por soluções concretas para um futuro mais equilibrado.
Não é mais uma questão apenas de infraestrutura, mas de identidade. O modo como tratamos nossos recursos e planejamos nosso crescimento define o tipo de sociedade que queremos ser.
Como empreendedor barcarenense a mais de 25 anos, vejo com otimismo e responsabilidade essa nova etapa. É impossível ignorar o papel das grandes empresas – e seria ingênuo romantizar suas presenças. Elas têm deveres e desafios, assim como nós, cidadãos e governo, temos o direito e o dever de acompanhar, cobrar, propor e apresentar soluções.
Mas é justo reconhecer que, quando o diálogo entre o poder público, o setor privado e a comunidade se consolida, o município inteiro ganha: há geração de renda, qualificação de mão de obra, inovação tecnológica e, sobretudo, oportunidades de futuro.
Barcarena aprendeu a ser mais que um ponto industrial – tornou-se símbolo de transição e resiliência.
Entre usinas e rios, entre decisões globais e realidades locais, o município constrói um modelo próprio, onde o desenvolvimento tenta coexistir com a floresta, e onde a economia busca aprender a falar a língua da sustentabilidade.
Ainda há muito por fazer – desafios históricos, desigualdades e feridas ambientais que pedem respostas firmes e contínuas. Mas há algo novo no ar: a consciência de que estamos, enfim, no caminho certo, com maturidade política, investimentos sólidos e um sentimento coletivo de pertencimento que renasce.
Barcarena é hoje um território estratégico – não apenas para o Pará, mas para o planeta. E talvez o verdadeiro legado desse momento seja perceber que, a cada decisão, a cidade reafirma sua vocação: ser um elo entre o que somos e o que o mundo precisa se tornar.


























