A morte de Adriane Monteiro, de 19 anos, após quase duas semanas de internação no Hospital Materno-Infantil de Barcarena (HMIB), no nordeste do Pará, provocou comoção, protestos e questionamentos sobre a assistência prestada à paciente. Familiares e amigos realizaram uma manifestação no domingo (14), chegando a interditar a rua Almeida de Moraes, via que passa nos fundos da unidade hospitalar.
Adriane deu entrada no hospital no dia 25 de novembro, em trabalho de parto. Segundo a família, dias após o nascimento da filha, o quadro clínico da jovem se agravou de forma progressiva, com episódios de hemorragia, dores intensas e sucessivas intervenções médicas. A paciente morreu quase duas semanas depois do parto, deixando uma recém-nascida de cerca de 20 dias de vida.
Em relatos divulgados nas redes sociais e durante o protesto, familiares afirmam que a jovem passou por 13 dias de sofrimento, sem que houvesse, segundo eles, um diagnóstico claro sobre a origem das complicações. As denúncias incluem suposto descaso no atendimento, agravamento do quadro clínico e falhas na condução dos procedimentos médicos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) lamentou o falecimento da paciente e informou que “o caso segue sob apuração técnica”.
NOTA DA SESPA
“A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) lamenta profundamente o falecimento da paciente. Ela deu entrada na unidade no dia 25 de novembro de 2025, em trabalho de parto, sendo submetida a cesariana no mesmo dia, sem intercorrências no procedimento ou no pós-operatório imediato. Recebeu alta hospitalar em 27 de novembro, em condições clínicas satisfatórias. No dia 2 de dezembro, retornou ao hospital com quadro de infecção de ferida operatória, sendo prontamente atendida e submetida a tratamento conforme os protocolos assistenciais.
Durante nova internação, apresentou episódios de hemorragia. A paciente foi imediatamente cadastrada no Sistema Estadual de Regulação para transferência. Apesar da assistência prestada, evoluiu com agravamento do quadro, vindo a óbito. A Sespa se solidariza com os familiares e informa que o caso segue sob apuração técnica, reafirmando o compromisso com a transparência, a segurança do paciente e o fortalecimento da rede de atenção à saúde materna no Estado.”
Uma manifestação realizada no domingo teve como principal reivindicação a apuração rigorosa das circunstâncias da morte. Familiares cobram explicações mais detalhadas sobre o atendimento prestado, a demora na definição do diagnóstico e o tempo de resposta diante das complicações apresentadas.
O Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan integra a rede estadual de saúde e é administrado, desde 2024, pela Organização Social Instituto Diretrizes. A unidade regional atende gestantes de alto risco e recém-nascidos de 11 municípios da região do Baixo Tocantins, recebendo pacientes por meio da regulação estadual e de serviços de urgência, como Samu e Corpo de Bombeiros.
Até o momento, não há informação sobre a abertura de sindicância interna por parte da direção do hospital. O caso segue em análise pelos órgãos de saúde do Estado.





























Uma resposta
Qua a justiça seja feita