A nova matriz energética do Pará, ancorada no gás natural liquefeito (GNL), foi o centro do debate promovido pela Associação Comercial do Pará (ACP) durante seu Almoço Empresarial nesta quarta-feira, 4 de junho. O encontro reuniu autoridades e representantes do setor produtivo para discutir as oportunidades geradas pelo terminal de GNL operado pela New Fortress Energy em Barcarena.
O painel contou com a participação de Elizabete Grunvald, presidente da ACP; Paul Steffen, diretor de Relações Externas da New Fortress Energy; Fernando Flexa Ribeiro, presidente da Companhia de Gás do Pará (Gás do Pará); e Pádua Rodrigues, conselheiro da ACP e diretor da Codec.
Barcarena é o primeiro município da região Norte e da Amazônia a receber um terminal de GNL, que agora serve como base para o desenvolvimento de um complexo termelétrico que somará 2,2 GW de capacidade instalada. A primeira unidade, a UTE Novo Tempo, terá 604,5 MW de potência em ciclo combinado (single shaft) e entrará em operação comercial em outubro de 2025. A segunda planta, UTE Portocem, está prevista para julho de 2026, com 1,6 GW de potência, o que a colocará entre as maiores usinas térmicas do país.

“O gás natural não é apenas fonte energética, mas também insumo industrial. Ele pode reduzir em até 85% o uso de carvão na siderurgia e é essencial para setores como cerâmica, vidro e fertilizantes.”, afirmou Steffen, destacando que o terminal já atende a grandes indústrias como a Hydro Alunorte — responsável, segundo ele, pelo maior projeto de redução de carbono do mundo em 2024.
Durante sua apresentação, Flexa Ribeiro destacou os planos da Gás do Pará para iniciar o fornecimento de GNL a indústrias como Hydro e Alubar, além de expandir a infraestrutura de gás natural veicular (GNV) no estado. A companhia atua na distribuição e comercialização de gás canalizado, comprimido e liquefeito, com possibilidade de atender diversos segmentos — industrial, comercial, residencial, automotivo e termelétrico.
Ao final, a presidente da ACP, Elizabete Grunvald, reforçou a importância do complexo para o desenvolvimento industrial e econômico do estado, e defendeu o fortalecimento da relação institucional com a prefeitura de Barcarena, representada pelo secretário de Indústria, Comércio e Tecnologia, Marco Aurélio Prata Mendes.