O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 160 milhões para a Transdourada Navegação Ltda, empresa de Ananindeua (PA), com o objetivo de aprimorar o transporte hidroviário de grãos no Estado do Pará. A iniciativa busca otimizar o escoamento da produção agrícola da macrorregião de Paragominas, reduzindo a dependência do transporte rodoviário e minimizando conflitos urbanos.

O projeto, de natureza multimodal, inclui trânsito rodoviário, transbordo rodo-fluvial, trecho fluvial e elevação de carga ao navio. Atualmente, a movimentação dos grãos na região é realizada por cerca de 280 km de estrada de rodagem de pista simples, com travessias em balsa e trechos urbanos até o Porto de Vila do Conde, principal ponto de exportação do Pará.

Com a nova estrutura, parte desse trajeto será substituída pelo transporte hidroviário nos rios Capim e Guamá, utilizando comboios de seis balsas graneleiras e um empurrador. O sistema terá capacidade de movimentar 1,2 milhão de toneladas por ano, mais que o dobro do volume transportado atualmente pela Transdourada, que é de cerca de 600 mil toneladas.

“O projeto possibilitará um aumento da capacidade do transporte de grãos com ganho de eficiência, propiciando a migração para um modal com menor custo e baixa emissão de gases do efeito estufa, em consonância com os objetivos do Fundo Clima”, afirmou Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES.

Além das balsas graneleiras e do empurrador, o financiamento contempla a aquisição de balsa-guindaste, sistema de fundeio, itens de transbordo rodo-fluvial, píer flutuante de carregamento, transportador de correia, elevador de canecas e tombadores rodoviários, entre outros equipamentos. O projeto também prevê obras civis, serviços técnicos e capital de giro associado ao investimento.

“Essa operação ilustra a capacidade do Fundo Clima de potencializar o desenvolvimento de pequenos municípios, como Paragominas e Santana do Capim, no interior do Pará”, destacou Irecê Kauss, gerente do Departamento de Transportes e Logística do BNDES.

Durante a fase de obras, estima-se a criação de 75 postos de trabalho indiretos. Após a conclusão, está prevista a geração de 145 empregos diretos, ampliando o quadro da Transdourada para 640 funcionários, além de 150 empregos indiretos nos produtores da região.

“Trabalhamos com o compromisso de transformar a realidade econômica e social da Amazônia, sempre buscando a geração de valor, tecnologia, segurança, responsabilidade socioambiental e qualidade em nossos projetos”, afirmou Breno R. Dias, CEO da Transdourada Navegação, empresa do Grupo Gdias.

_{Foto: Divulgação/Transdourada}