Operações realizadas pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Pará resultaram na apreensão de mais de 28 mil toneladas de manganês. As cargas foram localizadas em um galpão no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, e no Porto de Itaquí, no Maranhão. As investigações tiveram início após denúncias de um esquema de mineração ilegal envolvendo uma empresa sediada em Marabá, responsável por polos de exportação tanto em Marabá quanto em Barcarena.
Na última quarta-feira (5), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no porto de Itaquí, e apreendeu 23 mil toneladas de manganês extraído ilegalmente no município de Marabá, no sudeste do Pará. A carga seria transportada à China na quinta-feira (6 de junho) a bordo de um navio mercante.
Avaliada em aproximadamente R$ 30 milhões, a carga foi transportada de Marabá ao Maranhão por ferrovia, onde a fiscalização é menos rigorosa. Segundo a Polícia Federal, as irregularidades são a falta de pagamento de impostos e as notas fiscais “esquentadas”, em nome de outra mineradora. A empresa teve a licença suspensa em maio de 2024 devido às práticas ilegais.
Simultaneamente, a Polícia Civil do Pará, através da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (DEMAPA), deflagrou a Operação Capistrano em Barcarena. A ação resultou na apreensão de 69 cargas de manganês, totalizando cerca de 5.544 toneladas, que estavam ilegalmente armazenadas em um galpão na Vila do Conde e destinadas à exportação para a China. A carga também estava ligada à mesma empresa investigada em Marabá.
De acordo com o portal do jornalista Domingos Costa, do Maranhão, o proprietário da empresa é suspeito de comandar um esquema de tráfico “esquentando” milhões de toneladas de minério de manganês extraído de uma mina a céu aberto em Marabá, inclusive com a emissão de notas fiscais frias “aprovadas pela fiscalização”.
O empresário teria licenciado uma mina na Vila do Capistrano, aprovada pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará, mas estaria realizando extração ilegal de minério em outra área, utilizando a licença ambiental e as notas fiscais emitidas pela Secretaria da Fazenda para “envernizar” o produto como legal. Ele será chamado a prestar esclarecimentos na DEMAPA, que apura denúncias de crimes ambientais na região de Capistrano, no município de Marabá.
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