A moda sustentável está em ascensão, e o mercado de biojoias tem se destacado pela beleza e originalidade das peças, além de seu compromisso com a sustentabilidade. Em Barcarena, no Pará, o projeto Arte do Saber, em parceria com a Naturart e o Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH), está capacitando mulheres das áreas ribeirinhas do Cafezal para se tornarem artesãs de biojoias.
O projeto, que tem duração inicial de nove meses, oferece capacitação em técnicas artesanais e valoriza a cultura local, resgatando aspectos da história e tradições do povo amazônida. As participantes, moradoras das áreas ribeirinhas do Cafezal, sede do município, estão recebendo capacitação em um processo que além da produção de acessórios, as incentiva a gerarem sua própria renda e, assim, melhorar a qualidade de vida.
No projeto são ofertadas oficinas de produção e montagem das peças, além de oficinas de comercialização, utilizando matéria-prima extraída do próprio território. “Nessas oficinas, elas estão aprendendo a elaborar todo o material de comunicação, fazer a produção das biojoias com mais qualidade e técnicas de comercialização. O curso procura também contribuir para a autoconfiança e autoestima de cada uma”, destaca Milene Maués, gerente de parcerias do FSH.
Do fio às miçangas de sementes, tudo é natural. O material é financiado pelo FSH e o público do curso é formado por mulheres a partir de 18 anos que residem no bairro do Cafezal e adjacências, principalmente nas ilhas. “Encontramos um público variado entre cerca de 50 mulheres participantes, de jovens a senhoras. Como o curso ainda não entrou na fase de precificação das peças, a produção ainda não está sendo vendida comercialmente, porém a Naturart tem participado de algumas exposições e colocado algumas peças à venda”, destaca Milene.
Para Maria Lina Costa Moraes, de 64 anos, professora aposentada da educação infantil, a confecção de biojoias já era uma paixão antiga. Além da aposentadoria, ela afirma que a renda da venda das biojoias já é responsável por boa parte do sustento da família. “Com o projeto eu quero aprimorar minhas biojoias, com novos formatos e mais qualidade. O projeto nos acolheu como família e é sempre uma alegria estar aqui. Ele tem contribuído para salvar muitas mulheres da depressão. Além disso, eu acredito que ser artesã é contar um pouco da nossa história por meio das peças que fazemos”, relata.
Ao final da capacitação, prevista para agosto deste ano, as mulheres poderão emitir a carteira de artesã, o que facilitará a inserção delas no mercado de trabalho, com a parceria da Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (SEASTER), do Governo do Estado.
Fonte: Hydro