A EuroChem, multinacional russa de fertilizantes com sede na Suíça, está investindo R$ 185 milhões para ampliar a capacidade de armazenagem em suas unidades nas regiões Norte, Nordeste e Sul do Brasil. Com os aportes, a expectativa é reduzir custos e zerar a dependência de armazéns terceirizados.
No eixo Norte-Nordeste, a EuroChem destinou R$ 120 milhões para aumentar a capacidade de armazenagem em suas plantas misturadoras localizadas em Barcarena (PA), São Luís (MA) e Candeias (BA). Os investimentos começaram em agosto passado e devem ser concluídos até o fim deste ano. Além disso, a empresa informou que vai aplicar mais R$ 65 milhões a partir de janeiro de 2025 para elevar a capacidade de estocagem nas unidades da região Sul, que ficam próximas aos portos de Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS). Como resultado, a expectativa é ganhar participação de mercado na região Sul, que atualmente está entre 1% e 2%, disse ao Valor o vice-presidente de operações da EuroChem no Brasil, Augusto Oliveira.
Do valor total que está sendo injetado este ano pela EuroChem no eixo Norte-Nordeste, R$ 80 milhões foram para mais que duplicar a capacidade de armazenagem da unidade de mistura e envase de adubo na capital maranhense. Em São Luís, está o Porto de Itaqui, pelo qual chegam matérias-primas importadas para a produção de fertilizantes. “Pegamos um terreno ao lado da planta e instalamos uma estrutura nova para ampliar a armazenagem, saindo da capacidade estática de 130 mil toneladas para 290 mil toneladas”, disse Oliveira.
Outros R$ 20 milhões foram destinados à expansão de armazenagem na unidade de Barcarena, que sairá de 120 mil toneladas para 140 mil. Parte do recurso também foi destinado à reforma de dois quilômetros da estrada que leva à unidade da companhia no local. A estrada ficou pronta há dois meses e está assegurando “o retorno dos transportadores”, segundo Oliveira. Por fim, os R$ 20 milhões restantes foram alocados na ampliação em 25% da armazenagem da unidade da EuroChem em Candeias, onde está o Porto de Aratu-Candeias. A capacidade de estocagem passou de 80 mil toneladas para 100 mil toneladas. Com o investimento no eixo Norte-Nordeste, a EuroChem não dependerá mais da terceirização de armazéns na região.
“Em uma indústria como a nossa, 20% do custo vem da logística. Por isso, qualquer incremento de eficiência nesse segmento, significa, ao menos, uma redução de 8% nos custos de produção com fertilizantes”, estimou o vice-presidente. Para o resto do ano e para 2025, a estratégia da EuroChem é focar na distribuição e organização dos armazéns dos principais corredores de escoamento, nas regiões em que estão localizadas suas 18 unidades no país. Segundo o executivo, com a melhora na logística do eixo Norte-Nordeste, a empresa assegura as entregas de fertilizantes — comprados pelos produtores para a safrinha de 2025 — no tempo acordado com os clientes, independentemente de adversidades de clima ou geopolíticas.
Ele afirmou que os R$ 65 milhões destinados às unidades da região Sul fazem parte de uma “primeira rodada de investimentos” atrelada à ideia de fortalecer posições da empresa nos seis principais portos do país. De 2016 até agora, a EuroChem investiu mais de US$ 3 bilhões no Brasil e se tornou a companhia de fertilizantes com mais aportes no país. “Capacidade e portfólio para atender nós temos, e hoje nossa operação no país é financiada com o capital da subsidiária brasileira, sem depender da sede ou de outros acionistas”, afirmou Augusto Oliveira.
Este ano, a EuroChem deve distribuir aproximadamente 6,3 milhões de toneladas de fertilizantes no país — inicialmente, a previsão era alcançar 7 milhões de toneladas. Em 2023, foram 6,5 milhões de toneladas entregues.
Fonte: Globo Rural
