A mineradora Artemyn completa em julho seu primeiro ano de operação no Pará, estado onde mantém plantas industriais nas cidades de Barcarena e Ipixuna do Pará. A atuação no Norte do Brasil começou após a aquisição dos ativos da francesa Imerys pelo grupo norte-americano Flacks, em 2024. Desde então, a empresa se tornou a principal responsável pela manutenção do estado na liderança da produção de caulim nas regiões Norte e Nordeste do país.

De acordo com o Anuário Mineral Brasileiro (AMB), publicado pela Agência Nacional de Mineração (ANM), o Pará é o terceiro maior produtor nacional do minério, atrás apenas do Rio Grande do Sul e do Paraná. A produção prevista pela Artemyn para 2025 ultrapassa 700 mil toneladas — volume superior ao do ano passado. Em maio deste ano, a empresa registrou o maior número mensal de exportações desde o início da operação, com mais de 600 contêineres enviados à Ásia.

Além do mercado asiático, a empresa também atende indústrias na Europa, América do Norte e América do Sul. O caulim é utilizado principalmente na fabricação de papel e cerâmica, mas também possui aplicações na indústria de tintas, borrachas, plásticos, adesivos, fármacos e alimentos.

Operação industrial e mão de obra local

A Artemyn emprega cerca de 600 trabalhadores diretos e outros 700 indiretos. A planta em Ipixuna concentra as atividades de beneficiamento, enquanto Barcarena funciona como base logística e operacional. Segundo a empresa, parte da mão de obra é composta por profissionais residentes nos próprios municípios onde a empresa atua.

Para o diretor de Operações da Artemyn na América do Sul, Anderson Rocha, o primeiro ano no Pará marca uma fase de transição e consolidação. “Nosso foco tem sido ampliar a produção com responsabilidade, fortalecendo relações com as comunidades e desenvolvendo processos mais sustentáveis”, afirmou.

Sustentabilidade 

Entre as medidas adotadas pela empresa está o uso de um sistema de aproveitamento de água pluvial no processo industrial, com o objetivo de reduzir a captação de água do subsolo. A iniciativa busca racionalizar o uso do recurso natural no beneficiamento do caulim, uma etapa que exige grande volume de água.

Segundo o engenheiro geotécnico da empresa, Jorge Almeida, a proposta integra um plano de melhorias contínuas. “A água é um insumo fundamental para a operação e estamos investindo em alternativas que reduzam o impacto ambiental”, explicou.

Outro projeto em andamento é a Campanha de Avistamentos, que estimula os colaboradores da empresa a registrarem, com fotos e vídeos, a fauna silvestre nas áreas operacionais. O material serve como base para um banco de dados sobre a biodiversidade local, com monitoramento contínuo.

A médica veterinária Sandy Matos, responsável pela ação, explica que a iniciativa visa integrar os trabalhadores às ações ambientais. “É uma forma de envolver a equipe e, ao mesmo tempo, coletar informações relevantes sobre a fauna da região”, disse.

Relação com comunidades e investimento social

A Artemyn também tem desenvolvido projetos nas áreas de educação, geração de renda e fortalecimento da agricultura familiar nas comunidades próximas às unidades operacionais. Entre as ações, estão cursos de capacitação profissional, reforço escolar, apoio a pequenos empreendimentos e incentivo ao cooperativismo.

De acordo com a analista de relacionamento com as comunidades da Artemyn, Flávia Souza, as iniciativas buscam valorizar a autonomia local e estabelecer uma relação de longo prazo. “Nosso papel é contribuir para o desenvolvimento das comunidades, mantendo o diálogo aberto e transparente”, afirmou.

Com um ano de operação no Pará, a Artemyn busca consolidar sua presença na cadeia mineral do estado e ampliar a capacidade logística e industrial da empresa. A atuação tem papel estratégico na manutenção da posição do Pará como polo produtor de caulim, insumo essencial para diversos segmentos da indústria nacional e internacional.