Nesta segunda-feira (30), Barcarena celebra 81 anos de emancipação política com uma trajetória marcada pelo crescimento populacional acelerado e o protagonismo como um dos principais polos industriais do Pará. A cidade, conhecida por seu complexo industrial – portuário estratégico e pela exportação de matéria-prima, vive um momento de transformações e perspectivas promissoras e desponta como referência na transição energética da Amazônia.
Da industrialização à transição energética
Localizada a cerca de 40 km de Belém, desde a década de 1970 Barcarena experimenta um rápido desenvolvimento impulsionado pela industrialização e pela implantação de projetos portuários de grande escala. Esses investimentos, embora tenham fomentado a economia, também trouxeram desafios, gerando um crescimento populacional desordenado que deixou desafios sociais e urbanos até os dias atuais. Segundo o IBGE, a população do município ultrapassa 126 mil habitantes.
Em 2024, o município dá um passo importante ao abrigar o primeiro terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) da região amazônica. O terminal, que contou com um investimento de R$ 280 milhões, é capaz de regaseificar 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A Companhia de Gás do Pará (Gás Pará) já movimentou mais de 90 milhões de metros cúbicos de gás natural desde que o sistema de distribuição foi inaugurado no Porto de Vila do Conde. O gás natural, hoje importado pela norte-americana New Fortress Energy, é transportado em navios metaneiros até o terminal e distribuído por gasodutos para a região.
“Este feito não é apenas um marco, mas também a reafirmação do compromisso do governador Helder Barbalho e da vice-governadora Hana Ghassan de contribuir para o desenvolvimento sustentável e fortalecer a economia”, destacou o diretor-presidente da Gás Pará, Flexa Ribeiro.
Usinas Termelétricas
Em Barcarena também avançam a instalação de duas grandes usinas termelétricas. A UTE Novo Tempo, com investimentos superiores a R$ 1 bilhão, terá capacidade de 604,5 megawatts (MW) e deve iniciar operação até julho de 2025. A usina promete reduzir em 30% as emissões de CO₂ na geração de energia e será conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Já a UTE Portocém, prevista para 2026, será uma das maiores do país, com potência estimada em 1,6 gigawatts (GW). Ambas as usinas reforçam o papel de Barcarena como protagonista no setor energético e criam milhares de empregos diretos e indiretos na região.
A ampliação do sistema de distribuição de gás natural promete beneficiar outras regiões do Pará a partir de 2025, em sintonia com a preparação do estado para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém.