Familiares e gestantes que procuraram atendimento no Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan relatam preocupações com a demora no atendimento, especialmente em casos de parto cesárea. O hospital, pertencente à rede pública, é administrado pelo Instituto Diretrizes em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), sendo reconhecido por seu papel no atendimento a gestantes de alto risco e bebês recém-nascidos, atendendo os 11 municípios da região do Baixo Tocantins.
Segundo uma das denunciantes, a espera tem sido angustiante: “Estão com muita demora, os bebês estão nascendo com a pele ressecada por causa da demora na cirurgia e ninguém faz nada”, desabafou uma familiar, que não será identificada.
Para esclarecer as alegações, a diretora do HMIB, Poliana Meireles, e a diretora técnica, ginecologista e obstetra, Iasmin Dias, concederam uma entrevista exclusiva ao Portal Barcarena nesta quinta-feira (15). Ambas afirmaram que o atendimento na unidade regional é priorizado conforme protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, com base em classificações de risco que determinam os tempos de espera.
Classificação de risco define prioridade
Segundo a Dra. Iasmin, os atendimentos seguem critérios técnicos de classificação de risco, conforme a esfera federal de saúde pública. “Não é por ordem de chegada. Pacientes são avaliadas por um enfermeiro na triagem e recebem uma cor que determina a prioridade. Casos classificados como ‘vermelhos’ são atendidos imediatamente, enquanto os ‘azuis’ podem esperar até quatro horas — ou mais, já que esse perfil não é de urgência hospitalar, e sim de unidade básica de saúde”, detalhou.
Quanto ao aumento na demanda, atribuído ao fechamento temporário da maternidade do Hospital e Maternidade Dr. Afonso Rodrigues de Almeida Neves (HMARAN), as diretoras reconheceram o impacto no atendimento. “Anteriormente, tínhamos uma média de 75 partos por mês, entre normais e cesarianas. Com o fechamento da outra maternidade, essa demanda dobrou”, explicou Poliana Meireles.
Ela destacou que o HMIB foi projetado para atender uma demanda regional, regulada, e não como uma porta aberta para casos habituais. Ainda assim, a unidade se reorganizou e agora recebe pacientes não apenas da sua área de abrangência original, mas também do HMARAN. “Implantamos melhorias, como a contratação de um terceiro obstetra. Antes eram dois. Agora temos esse reforço que atua tanto no pronto atendimento quanto nos postos internos do hospital”, explicou.
Questionadas sobre como os pacientes podem formalizar denúncias ou buscar esclarecimentos, as gestoras informaram que o hospital conta com uma sala específica para a ouvidoria, o Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU). “Qualquer paciente pode procurar nossa equipe para registrar reclamações, sugestões ou elogios. Tudo é protocolado digitalmente e enviado ao Ministério da Saúde, pelo portal OuvidorSUS”, afirmou Poliana Meireles.
A gestora também destacou que as respostas são tratadas com prioridade e que cada caso gera uma análise individual, inclusive com retorno ao paciente, quando necessário.
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