Os Portos do Arco Norte consolidaram sua relevância na logística de exportação de grãos em 2024. Dados do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que, entre janeiro e outubro, os portos de Barcarena (PA), Itaqui (MA), Itacoatiara (AM) e Santarém (PA) responderam por 50% da movimentação de milho exportado, totalizando 15,38 milhões de toneladas. O índice é superior ao registrado no mesmo período de 2023, quando a participação foi de 42,7%.
Na sequência, o Porto de Santos (SP) ficou com 39,1%, também registrando crescimento em relação aos 37% do ano anterior. Já Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC) apresentaram redução nos volumes movimentados, com participações de 3,5% e 4,8%, respectivamente, frente a 7,8% e 7,7% no mesmo intervalo de 2023. Os estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná e Maranhão lideraram as vendas de milho para exportação.
No caso da soja, os portos do Arco Norte também se destacaram em outubro de 2024, sendo responsáveis por 35,1% das exportações nacionais, contra 33,9% no mesmo período do ano passado. Santos, com 29,6%, e Paranaguá, com 14%, mantiveram posições relevantes, enquanto Rio Grande (RS) teve participação reduzida de 10,1% para 9,2%. A maior parte da soja exportada teve origem nos estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Entre janeiro e outubro de 2024, as exportações de soja atingiram 94,2 milhões de toneladas, enquanto o milho alcançou 6,41 milhões de toneladas apenas em outubro, refletindo elevados estoques e demanda aquecida. O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país.
A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.
Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.
A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.
Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.

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